sexta-feira, 1 de junho de 2012

9o ano: A Ilha



Após concluirmos a I Guerra, começamos a trabalhar o período entre-guerras, com destaque para a Revolução Russa e sua Guerra Civil (1917-1921), a crise econômica e as novas alternativas de poder que surgiriam nesse período. Para debatermos este último aspecto, trouxe como problematização o filme A Ilha. A apresentação deu-se da seguinte forma:

1a etapa: introdução do tema

Relembramos que no fim do século XVIII uma nova de sociedade surgira, baseada na burguesia e sustentada ideologicamente pelos princípios iluministas de liberdade e igualdade que só poderiam existir se houvesse como garantia a figura da propriedade. No início do século XX, outra grande mudança, com o surgimento de uma sociedade baseada no proletariado que, para manterem as condições de igualdade e liberdade, precisariam suplantar a noção de propriedade privada pela noção de propriedade pública. O motor regulador da sociedade passa a ser o trabalho.
Baseados então nesses quatro conceitos, liberdade, igualdade, propriedade e trabalho, pedi que prestassem atenção na sociedade que seria apresentada pelo filme. Avisei que não era uma representação fiel da sociedade do século XX, mas uma ficção, do gênero científico.

2a etapa: análise dos conceitos

O filme foi pausado no momento que o personagem principal, Lincoln, encontra uma mariposa. Questiono então a turma tentando analisar como se apresentam os quatro conceitos no filme.

3a etapa: análise de imagem

O filme foi pausado quando os protagonistas saem do complexo. Ao pedir que os alunos tentassem associar alguma cena a outro filme que já tenham visto, o mais comum foi relembrarem Matrix e O Show de Truman. O primeiro pelos sistemas usados, o segundo pelos conceitos apresentados. Ao estabelecermos os conceitos sobre a comunidade do complexo, procurei chamar a atenção para o fato que todo o sistema estava organizado pelo princípio da ciência, em um espaço que não caberia a religião. Questionados sobre a razão dos personagens presos no complexo médico não fazerem questão da liberdade, todos entenderam que era em razão de uma ameaça de contágio, e que o sentimento associado a isso é o medo. Questionados sobre como a administração do complexo transmitia a sensação de medo, relacionaram o bombardeio de imagens dos retidos, os monitores o tempo todo lembrando do contágio e as placas que sinalizavam perigo. Relembramos que as informações são ocultadas e falsas informações são transmitidas. Falei brevemente então sobre censura e propaganda, e que seriam nossos próximos alvos de análise.

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